Nas minhas crónicas, já uma ou duas vezes falei do “Branco”, ou seja O Silva. Da tasca do Branco, Mas…. Na “Tasca” não trabalhava apenas o patrão, Silva. Também a sua mulher e o Alberto, seu empregado e um nativo (*) completavam o quadro de pessoal da loja.
O sector (região) de Tite, era à época, considerado um dos mais importantes celeiros da “província”, não só era uma região rica no cultivo do arroz e amendoim (menos), mas também na plantação e apanha da castanha de caju e da manga (entre outros produtos). A loja que descrevo, não era mais nem menos que um entreposto da recepção destes produtos que os naturais cultivavam nas suas terras, dos frutos que plantavam e que colhiam no mato.
A loja fazia excelente “negócio”, não só pela quantidade, mas sobretudo pela qualidade. Pagando (claro) a baixo preço ou fazendo troca, por produtos (com percentagem de comercialização elevada), de bens necessários e essenciais à subsistência das famílias dos naturais. Todos sabíamos, mas pouco ou nada podíamos fazer.
Com a “tropa”, o negócio era outro, mas também deveras rentável, não só lhe defendíamos as “costas” mas também a garantia do escoamento da cerveja e acompanhantes, tais como queijo, presunto e outros produtos de fazer “saltar” o colesterol.
Mas…. Porque íamos à Loja do Branco? Íamos fundamentalmente por quatro razões: Pela cerveja era bem mais fresca, pelos produtos que no quartel “népia”, pelo crédito, em cima de crédito, mas sobretudo pela branca – a Mulher do Silva.
A Senhora era boa como “milho”. Ligeiramente alta, de atributos bem consideráveis, era impossível não rodar a cabeça quando por ela cruzávamos, simpática no sorriso e no olhar….., educada no trato. Era a única branca até Bissau e arredores.
Qual “Merche Romero” ou “Cláudia Vieira”. E era vê-los, alguns Alferes, Furriéis, Cabos e demais, todos aperaltados aos domingos e não só. Esgotava-se as mesas e as cadeiras na tasca. Todos derretidos quando da oportunidade de falar com a senhora. Justificavam que iam beber cerveja fresquinha, era bem verdade, o calor era muito, fora e dentro da tasca…depois já no quartel, nos quartos ou nas casas de banho, todo o mundo sonhava com a senhora...
Mas não pensem que a senhora (ajudem, alguém se deve lembrar do nome) não “sonhava” também com o seu “príncipe encantado”, sobretudo quando o “patrão” saía para Bissau para descarregar os produtos comprados ou abastecer-se. Era nessas ocasiões que ela melhor se apresentava e o sorriso era bem mais rasgado.
O Alberto, seu empregado, seu grande amigo, era quem lhe valia e defendia dos maus-tratos que o Silva lhe infligia. Tempos depois já em Lisboa, o Alberto, num encontro fortuito que com ele tive, confidenciou-me que tinha abandonado a loja dois ou três anos depois de nós sairmos de Tite. A branca também!
O sector (região) de Tite, era à época, considerado um dos mais importantes celeiros da “província”, não só era uma região rica no cultivo do arroz e amendoim (menos), mas também na plantação e apanha da castanha de caju e da manga (entre outros produtos). A loja que descrevo, não era mais nem menos que um entreposto da recepção destes produtos que os naturais cultivavam nas suas terras, dos frutos que plantavam e que colhiam no mato.
A loja fazia excelente “negócio”, não só pela quantidade, mas sobretudo pela qualidade. Pagando (claro) a baixo preço ou fazendo troca, por produtos (com percentagem de comercialização elevada), de bens necessários e essenciais à subsistência das famílias dos naturais. Todos sabíamos, mas pouco ou nada podíamos fazer.
Com a “tropa”, o negócio era outro, mas também deveras rentável, não só lhe defendíamos as “costas” mas também a garantia do escoamento da cerveja e acompanhantes, tais como queijo, presunto e outros produtos de fazer “saltar” o colesterol.
Mas…. Porque íamos à Loja do Branco? Íamos fundamentalmente por quatro razões: Pela cerveja era bem mais fresca, pelos produtos que no quartel “népia”, pelo crédito, em cima de crédito, mas sobretudo pela branca – a Mulher do Silva.
A Senhora era boa como “milho”. Ligeiramente alta, de atributos bem consideráveis, era impossível não rodar a cabeça quando por ela cruzávamos, simpática no sorriso e no olhar….., educada no trato. Era a única branca até Bissau e arredores.
Qual “Merche Romero” ou “Cláudia Vieira”. E era vê-los, alguns Alferes, Furriéis, Cabos e demais, todos aperaltados aos domingos e não só. Esgotava-se as mesas e as cadeiras na tasca. Todos derretidos quando da oportunidade de falar com a senhora. Justificavam que iam beber cerveja fresquinha, era bem verdade, o calor era muito, fora e dentro da tasca…depois já no quartel, nos quartos ou nas casas de banho, todo o mundo sonhava com a senhora...
Mas não pensem que a senhora (ajudem, alguém se deve lembrar do nome) não “sonhava” também com o seu “príncipe encantado”, sobretudo quando o “patrão” saía para Bissau para descarregar os produtos comprados ou abastecer-se. Era nessas ocasiões que ela melhor se apresentava e o sorriso era bem mais rasgado.
O Alberto, seu empregado, seu grande amigo, era quem lhe valia e defendia dos maus-tratos que o Silva lhe infligia. Tempos depois já em Lisboa, o Alberto, num encontro fortuito que com ele tive, confidenciou-me que tinha abandonado a loja dois ou três anos depois de nós sairmos de Tite. A branca também!
Raul Pica Sinos
(*) Este nativo (eu para nomes sou uma maravilha) valeu-me em muitas ocasiões. A minha muito querida mãe, (que descanse em paz), quando do meu embarque, encheu duas malas de camisolas interiores e outra roupagem típica do Inverno. Foi o que valeu muitas vezes para matar a fome. O Tal nativo, também atendia ao balcão na tasca do branco, trocou comigo muitos “nhecos” (galinhas pequenas) até a roupa se esgotar. Depois o desenrascanso foi bem mais difícil.
Fechar comentários
notyet disse...
Isto vai completamente de velas desfraldadas e para quem fazia caretas ao uso desta ferramenta, está óptimo.Fica um abraço
biabisa disse...
Com que então a mulher era boazona ! Enchia-lhes as vistas. Faço ideia, só faço ideia do que por lá se passava. Tinha gostado de ser mosquito nessa altura para observar tanto malandreco.
notyet disse...
Isto vai completamente de velas desfraldadas e para quem fazia caretas ao uso desta ferramenta, está óptimo.Fica um abraço
biabisa disse...
Com que então a mulher era boazona ! Enchia-lhes as vistas. Faço ideia, só faço ideia do que por lá se passava. Tinha gostado de ser mosquito nessa altura para observar tanto malandreco.
Isto vai completamente de velas desfraldadas e para quem fazia caretas ao uso desta ferramenta, está óptimo.
ResponderEliminarFica um abraço
Com que então a mulher era boazona ! Enchia-lhes as vistas. Faço ideia, só faço ideia do que por lá se passava. Tinha gostado de ser mosquito nessa altura para observar tanto malandreco.
ResponderEliminar