"Boa tarde, Amigas/os.
Estranharão, alguns, estar a pensar e a escrever-vos, neste
meio, com tão soalheira tarde de Verão (só prejudicando o equilíbrio, a beleza
dela, nestas bandas, o 'canto' crescente de alguma nortada) propícia, q. b., a
um desfrute na praia'....
Ao invés. Ontem, pouco ou nada me viram, por aqui.
Hoje, passada a triste rememoração, em poucas palavras vos
farei cientes.
Passados ontem, 7 de Julho, foram 30 anos que o nosso João
Carlos desapareceu, levado nas águas da Barragem da Caniçada (Terras do Bouro,
ao Gerês). Ficaram-nos dois rapazes e uma moça, cada qual na sua vida.
O João foi passar com amigos uns dias, em campismo. E, ao
pretenderem ir à margem contrária, na Serra Amarela, onde moraria alguém deles
conhecido, foi por água abaixo, ao se ter voltado o caiaque monolugar, quando
atravessava o lago. Tudo pela elevada corrente, que se mediu um dia depois (no
fim conjunto dos rios Caldo e Gerês a desaguarem no Cávado). Foi em 88. Ano
deveras chuvoso. Logo, com alta força de água. Debaixo da ponte, entre as ribeirinhas
Rio Caldo, de um lado e Vilar da Veiga, do outro, passava a menos de 2 metros
!!! E havia uns 70 metros de profundidade, na zona, aumentando quanto mais se
ia para a Barragem, ela mesma, uns 6 km adiante. E por ali ficou, mau grado
esforços que, com amigos, fizemos, no sentido de o recuperar.
--- ---
Vou-vos deixar um Soneto, feito a propósito. Gritos de alma?
Talvez..., ou da insuficiência humana !!!
--- ---
‘ In memoriam ’ JC
soneto
Filho meu que, sozinho, foste
P’ra tão longe do lar paterno …
Entregaste teu riso forte
Nas corcovas do sempiterno !
Será que tenha merecida
Desventura tamanha assim?!
Porque, destarte, oferecida
A levaste a aventura ao fim?
A companheiros, como tu,
Roga, no éter onde moras,
Mísero, eu… me perdoem.
E da terra não me esconjurem !
Do brejo, em que ninguém demora,
Não me mandem lá p’rás lonjuras !
LMDias,24NOV96
In facebook de Luis Manuel Dias".