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“Se servistes a Pátria que vos foi ingrata, vós fizestes o que devíeis e ela, o que costuma”


(Do Padre António Vieira, no "Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma", na Capela Real, ano 1669. Lembrado pelo ex-furriel milº Patoleia Mendes, dirigido-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar.).

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"Ó gentes do meu Batalhão, agora é que eu percebi, esta amizade que sinto, foi de vós que a recebi…"

(José Justo)

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“Ninguém desce vivo duma cruz!...”

"Amigo é aquele que na guerra, nos defende duma bala com o seu próprio corpo"

António Lobo Antunes, escritor e ex-combatente

referindo-se aos ex-combatentes da guerra do Ultramar

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Eles,
Fizeram guerra sem saber a quem, morreram nela sem saber por quê..., então, por prémio ao menos se lhes dê, justa memória a projectar no além...

Jaime Umbelino, 2002 – in Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, em Torres Vedras
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“Aos Combatentes que no Entroncamento da vida, encontraram os Caminhos da Pátria”

Frase inscrita no Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar, no Entroncamento.

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Sem fanfarra e sem lenços a acenar, soa a sirene do navio para o regresso à Metrópole. Os que partem não são os mesmos homens de outrora, a guerra tornou-os diferentes…

Pica Sinos, no 30º almoço anual, no Entroncamento, em 2019
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"Tite é uma memória em ruínas, que se vai extinguindo á medida que cada um de nós partir para “outra comissão” e quando isso nos acontecer a todos, seremos, nós e Tite, uma memória que apenas existirá, na melhor das hipóteses, nas páginas da história."

Francisco Silva e Floriano Rodrigues - CCAÇ 2314


Não voltaram todos… com lágrimas que não se veem, com choro que não se ouve… Aqui estamos, em sentido e silenciosos, com Eles, prestando-Lhes a nossa Homenagem.

Ponte de Lima, Monumento aos Heróis da Guerra do Ultramar


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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Petição - Lisboa é das pessoas, mais contentores, não!"

foto de blogdobarco
Petição - Lisboa é das pessoas, mais contentores não!". Artigo de Miguel Sousa Tavares: Assalto a Lisboa Quase vinte anos a escrever constantemente contra as inúmeras tentativas de expropriar aos cidadãos de Lisboa a frente ribeirinha do Tejo para a entregar a interesses privados ou a obras públicas inúteis têm-me ensinado que este será sempre um combate de retaguarda, recuando sucessivamente de trincheira em trincheira, sem perspectivas de vitória no final. Num mundo normal (nem sequer num mundo perfeito), numa cidade como Lisboa - que tem o luxo de ter 14 km de estuário de rio, que, além do mais, representam o seu maior património histórico de referência - nada seria consentido fazer que pudesse comprometer aquilo que é o domínio público mais importante da cidade e o seu traço marcante decisivo. O rio seria de Lisboa e de ninguém mais, porque Lisboa sem o rio será apenas uma paisagem em degradação acelerada.Mas nós não vivemos num mundo normal. Nós vivemos numa democracia em que os interesses privados passam tranquilamente à frente do interesse público, com sucessivos pretextos que, olhados de perto, não passam de um embuste. É por isso que, mesmo contra toda a esperança, é preciso não desistir de defender Lisboa contra os seus predadores - porque eles nunca desistirão das suas intenções. Hoje, volto assim a um tema de que já aqui falei duas vezes, a última das quais a semana passada: o projecto escandaloso, já aprovado pelo Governo, de erguer um muro de contentores na zona de Alcântara, podendo ocupar até 1,5 km de frente de rio, com uma altura de 15 metros - o equivalente a um prédio de quatro andares. Este caso, aliás, vem demonstrar que, pior ainda do que um mercado desregulado por falta de intervenção do Estado - que subitamente tanto preocupa José Sócrates - é um mercado regulado pelo favor político do Estado, como sucede entre nós, de forma cada vez mais chocante.A 'Nova Alcântara', como pomposamente lhe chama José Sócrates, é uma obra prejudicial à cidade de Lisboa, inútil e desbaratadora de dinheiros públicos, com todo o aspecto de ser ilegal e que levanta fundadas suspeitas de favorecimento negocial inadmissível.É devastadora para a cidade, porque, além de uma extensa faixa de rio, nos vai roubar um dos privilégios únicos que Lisboa tem: a possibilidade de ver atracados ao seu centro os navios de passageiros cuja imagem faz sonhar milhões de pessoas no mundo inteiro. Nunca mais aí veremos navios tão emblemáticos como o 'Queen Mary II' ou o imenso 'Sovereign of the Seas', empurrados para a periferia de Santa Apolónia e substituídos por uma muralha de quilómetro e meio de contentores. Nem rio, nem navios: uma montanha de caixotes de ferro, empilhados uns sobre os outros. Mas o roubo do rio não se fica por aí: aproveitando o balanço e a deslocação do terminal de navios de passageiros da gare onde estão os painéis de Almada Negreiros para o extremo oriental da cidade, o Porto de Lisboa esfrega as mãos de contente e prepara-se para dar cumprimento à sua mais recorrente ambição: a construção imobiliária à beira-rio. Deixa-se a gare de Alcântara e os painéis de Almada para os contentores e vai-se fazer em Santa Apolónia, em cima do rio, mais uma barreira de 600 metros de comprimento e outros 15 a 20 de altura, para albergar uma nova gare e, já agora, um centro comercial e um hotel... para os passageiros dos barcos, com camarote pago a bordo. E há outro dano, ainda: durante seis anos, o governo vai lançar mãos à obra de enterrar a via férrea existente, adaptando-a à necessidade de escoar um milhão de contentores a partir do centro da cidade. Num ponto crucial de entrada e saída de Lisboa, vamos ter um pandemónio instalado durante vários anos, para conseguir fornecer as acessibilidades tornadas necessárias pela localização errada do terminal de contentores.Nessas obras, vai o governo gastar para cima de 200 milhões de euros, através da CP e da Refer, de forma a tornar viável um negócio privado que é, além do mais, totalmente inútil. Lisboa tem capacidade subaproveitada para receber contentores - mas não ali e justamente na zona oriental, para onde querem mandar os navios de passageiros. Aliás, em Alcântara, vai ser ainda necessário dragar o rio, porque o seu fundo não assegura o calado dos navios que para ali se querem levar para despejar contentores. E, quando tanto se fala em descentralização, é notável pensar que o Estado quer investir 200 milhões para trazer contentores para o centro da capital, quando ali ao lado, em Setúbal, existe um porto perfeito para isso e cuja capacidade não aproveitada é de 95%! E isto para já não falar em Sines...Tão absurdo projecto só pode ser fruto de uma imbecilidade inimaginável ou... de uma grande, grandessíssima, negociata. Ponham-me mais os processos que quiserem, mas isto eu devo à minha consciência dizer: o negócio que o governo acaba de celebrar para Alcântara com a Liscont/Mota Engil, aprovado pelo Decreto-Lei nº 188/2008, de 23 de Setembro, tem de ser investigado - pela Assembleia da República, pelo Tribunal de Contas, pela Procuradoria-Geral da República. É preciso que fique claro do que estamos a falar: se de um acto administrativo de uma estupidez absoluta ou de mais um escândalo de promiscuidade político-empresarial.Em 1984, o Decreto-lei n.º 287/84 estabelecia as bases para a exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, com as seguintes condições: área de ocupação restrita; atracagem apenas permitida a navios que, pelo seu calado, não pudessem acostar a Santa Apolónia; prazo de exploração de 20 anos, e concessão mediante concurso internacional. Com estas condições, apenas uma empresa - a Liscont - se apresentou a concurso e tomou a exploração, que rapidamente se revelou deficitária. Em 1995, salvo erro, a Liscont é comprada pela Tertir, que vem a obter do Governo, nos anos seguintes, alterações ao contrato, que de todo subvertiam as regras do caderno de encargos do anterior concurso internacional: mais área de ocupação, possibilidade de acostagem de todo o tipo de navios e mais dez anos de prorrogação do prazo, agora fixado até 2014. Em 2006, oito anos antes de expirar o prazo da concessão, a Tertir é, por sua vez, comprada pela Mota-Engil, por um preço anormalmente elevado face à perspectiva de negócio futuro. Mas, em Abril deste ano, sem que nada o fizesse prever ou o aconselhasse em termos de interesse público, fica-se a saber que a concessionária obteve do Governo nova revisão extraordinária do contrato, com as seguintes alterações: alargamento da capacidade de descarga para mais do triplo; aumento da área de ocupação para mais do quíntuplo; manutenção das taxas, já reduzidas, de operação; e prolongamento do prazo de concessão por mais 27 anos (!), até 2042. Tudo sem concurso público, tudo negociado no segredo dos deuses, tudo perante o silêncio atordoador de António Costa, presumido presidente da Câmara de Lisboa. E, finalmente, em Setembro passado, através do citado Decreto-lei 188/2008, fica-se a saber que o Governo ainda se disponibiliza para investir mais de 200 milhões de euros para garantir à Liscont/Tertir/Mota-Engil as obras necessárias a garantir o escoamento da sua capacidade triplicada de movimento. Imaginem: eu tenho um pequeno restaurante à beira-rio, que não é viável, por falta de espaço e de acessibilidades, e cuja concessão a lei prevê que dependa de concurso público e só dure vinte anos. Vem o governo e, de uma assentada, autoriza-me a triplicar o espaço, prorroga-me o prazo de concessão de modo a que o meu negócio acabe garantido por um total de 57 anos e sem aumento de renda, disponibiliza-se para me fazer e pagar as obras de acessibilidade necessárias ao sucesso do restaurante... e tudo sem concurso público, negociado entre mim e eles, no resguardo dos gabinetes. É ou não é fantástico?E é assim que se trata Lisboa. É ou não é escandaloso? E o que fazemos, ficamos quietos? Pedaço a pedaço, eles dão tudo o que é nosso, à beira-rio: um quilómetro e meio de frente à Mota-Engil, seiscentos metros ao Porto de Lisboa, um quarteirão no Cais do Sodré para qualquer coisa da observação da droga, outro quarteirão para o Hotel Altis, o CCB para a Fundação Berardo, um quarteirão mais para a Fundação Champalimaud e a Casa dos Bicos para a Fundação Saramago. Petição - Lisboa é das pessoas, mais contentores não!".

Procurando amigos de seu pai...

Meus amigos Transcrevo a seguir vários emails trocados entre o José Costa e um jovem que procura quem tenha convivido com o seu pai, ANTÓNIO ANDRADE JUNIOR, nesta foto, que esteve na Guiné, fazendo parte da CART 1692. Pode ser que alguém o tenha conhecido. Vamos procurar, amigos. Abraços Leandro Guedes ---------------------------------------------- Caro José Costa, O meu pai foi combatente na Guiné (Cacine/Cameconde), aproximadamente entre 03/1967 e 03/1969. Infelizmente, o mesmo faleceu, vitima de acidente de viação em 1979 (tinha eu 8 anos) e a minha mãe também faleceu em 1983 (eu com 12 anos) igualmente de acidente automóvel. Desta forma, não tenho quem me dê informações ou referências e ando em busca das origens. O seu nome era António Andrade Junior e era natural de Estremoz, nascido em 1945. Por consulta ao blogue de Luis Graça, fiz um pedido de ajuda para recuperar passado/raízes e saber mais da sua história militar. Desse pedido recebi já vários e-mails de resposta de -n- camaradas que procuram ajudar, deixando-me deveras sensibilizado por tamanha amizade e espirito de camaradagem. Num dos e-mails, de José Martins que inclusive me telefonou, deu-me indicações muito seguras que relacionam a Comp Art 1692 e o Batalhão de Art 1914 e, foi-me referido o seu contacto por ter pertencido à CCS (está mais informação no Blog http://bart1914.blogspot.com/ ). Será que tem alguma informação adicional? Busco essencialmente os camaradas que serviram junto, fotos, filmes, dados históricos e até eventualmente saber se a Comp onde o meu pai pertenceu tem confraternizações. Tenho comigo algumas fotos que poderia partilhar também. Um grande bem Haja. gonçalo andrade Nota: Num dos vários e-mails de resposta que já tive consta um António José Costa mas com endereço e-mail distinto. Se se tratar da mesma pessoa peço desculpa.
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Caros Amigos, Independentemente do sucesso desta minha demanda, quer na identificação da companhia quer no encontrar camaradas do meu pai, quero apenas agradecer a todos, com todo o coração, tamanho interesse, disponibilidade, amizade e espírito. É particularmente especial este momento, no dia de hoje, que representa o 25º aniversário em que perdi a mãe. Continuo a tentar reunir toda a informação e documentação que possa ajudar e, com os novos dados, voltarei a ver todas as fotografias. Sei que o meu pai pertenceu à Liga dos Combatentes sócio 66889. Não sei se existe algum arquivo oficial onde conste o nome dos combatentes. Um Grande Bem Haja a Todos Vós!!!!! Gonçalo Andrade 91 806 19 71
nota - deve procurar na liga dos combatentes em Lisboa. ----------------------------------------------- De: José Marcelino Martins - PORTNOR Enviada: ter 28-10-2008 9:37 Para: José CostaAssunto: CART 1692 Bom dia Aqui vai o que consegui encontar Localizei a unidade - Um blogue http://bart1914.blogspot.com/ Um contacto - José Costa Espero que o Gonçalo realize o seu desejo: Encontrar amigos do seu pai ANTÓNIO ANDRADE JUNIOR e conseguir encontrar uma ligação com o passado.
Um abraço José Martins
Companhia de Artilharia nº 1692 Pertenceu ao Batalhão de Artilharia 1914 Emblema do Batalhão Guião do Batalhão Foi mobilizado na Regimento de Artilharia Ligeira nº 1 – Lisboa Da unidade faziam parte as seguintes companhias: Companhia de Comando e Serviços Companhia de Artilharia nº 1690 Companhia de Artilharia nº 1691 Companhia de Artilharia nº 1692 Partida: Embarque em 08 de Abril de 1965 / Desembarque em 13 de Abril de 1965 Regresso: Embarque em 03 Março de 1969 Comandante da Companhia: Capitão de Artilharia José João de Sousa Veiga Fonseca Divisa: Sem temor A Companhia de Artilharia nº 1692 assumiu, em 16 de Abril de 1967, a responsabilidade do subsector de Sangonhá, com um pelotão destacado em Cacoca, ficando integrada no dispositivo e manobra do Batalhão de Artilharia nº 1896 e de pois do Batalhão de Caçadores nº 2834. Em 1 de Agosto de 1967, foi rendida por troca com a Companhia de Caçadores nº 1620, assumindo a responsabilidade do subsector de Cameconde, com dois pelotões destacados em Cacine, no mesmo sector. Em 28 de Dezembro de 1968, foi rendida em Cacine e Cameconde pela Companhia de Caçadores nº Companhia de Caçadores nº Companhia de Caçadores nº Companhia de Caçadores nº 2445 e foi transferida para Bissau, a fim de reforçar o dispositivo do Batalhão de Caçadores nº Batalhão de Caçadores nº Batalhão de Caçadores nº Batalhão de Caçadores nº 1911, com vista a cooperar na segurança e protecção das instalações e das populações da área, permanecendo nesta situação até ao seu embarque de regresso. História da Unidade – Caixa nº 81 – 2ª Divisão – 4ª Secção do Arquivo Histórico Militar Nota: Em Cameconde era reforçada por elementos da Companhia de Milícia nº 21. O BARTT 1914 tem blogue – bart1914.blogspot.com Possível contacto: José Costa - jpcovr@sapo.pt – Pertenceu à CCS
--------------------------------------------- http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/10/guin-6374-p3360-em-busca-de-47.html Bom dia amigos!!! Vejam se entre os nossos companheiros alguém se lembra deste nosso excompanheiro, entretanto falecido.Ao que parece, pertenceu a uma companhia do nosso Batalhão – a CART 1692..Seu filho anda à procura de saber de alguém que tenha compartilhado com ele.Um abraço Costa .

A cólera na Guiné-Bissau.

Nações Unidas: Epidemia de cólera na Guiné-Bissau está "fora de controlo"24 de Outubro de 2008 A epidemia de cólera está "fora de controlo", afirmaram hoje as agências das Nações Unidas e já infectou mais de 12 mil pessoas e 205 mortes. A epidemia está "excepcionalmente difícil de controlar e está espalhada por todo o país", sublinhou a porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Vérónique Taveau, durante uma conferência de imprensa em Genebra. A doença, endémica no país e recorrente todos os anos, "desenvolve-se actualmente sem controlo, com o risco de se propagar aos países vizinhos", preveniu também a porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), Elisabeth Byrs." A cólera faz mil novos casos por mês", acrescentou a porta-voz, sublinhando que a capital, Bissau, é a mais atingida, com mais de oito mil casos.Entre 24 de Agosto e 21 de Outubro, a propagação da doença acelerou com 4.871 novos casos, entre os quais 915 crianças com menos de 14 anos, ou seja, 18 por cento do total de doentes, de acordo com dados da UNICEF. A Agência da ONU está particularmente preocupada com o início da campanha eleitoral para as legislativas previstas para 16 de Novembro porque, sublinha a porta-voz, "as grandes multidões favorecem a propagação da doença". Segundo a UNICEF, a doença propaga-se facilmente pelo país devido a três factores: o mau estado do sistema de saneamento, a falta de acesso à água potável - especialmente na capital, onde 80 por cento da população não tem acesso à água corrente - e um ritual funerário, segundo o qual as famílias bebem a água que serviu para limpar o morto. A ONU mobilizou mais de um milhão de dólares (cerca de 790 milhões de euros) para aquele país, mas a OCHA "gostava de ter mais financiamento, especialmente para a prevenção" das doenças, indicou a porta-voz daquela organização.Também chamada de "doença das mãos sujas", a cólera é uma infecção intestinal altamente contagiosa, que se manifesta por violentas diarreias e uma forte desidratação. Pica Sinos (fonte Sapo) .

domingo, 26 de outubro de 2008

NAS ORIGENS DO JORDÃO

A HISTÓRIA QUE EU NÃO CONTEI

Sábado, 25 de Outubro de 2008, passo pelo Chiado, em Lisboa, vou ao encontro do meu amigo, antigo camarada d’armas e operador de rádio e telefone – o Matos.

Ele, ao avistar-me mesmo è entrada da loja onde trabalha, veio ao meu encontro com os braços abertos. Foi muito bom, aquele abraço de amizade e alegria, com mistura de saudade.
Falámos de muitos, mesmo daqueles que fisicamente já não estão entre nós, dos nossos almoços de confraternização que já se fizeram por este país fora, também da obrigação, dele Matos, daqui a semanas nos encontrarmo-nos de novo, com fotografias à época em Tite e actuais, para numa qualquer mesa de um qualquer café no Chiado, revivermos histórias que temos que obrigatoriamente contar e registar.
Despeço-me com novo abraço, dizendo-lhe que vou às origens do Justo, ali bem perto, na Rua do Duque, junto às escadinhas do mesmo nome.
Sorridente diz…Quando lhe escreveres manda-lhe um abraço meu!
Já na Rua do Duque, bem pequena, que teima a ter algumas janelas floridas, vaidosa e reclamada por três freguesias, mesmo na esquina com o Beco da Ricarda, um homem, mais ou menos da minha altura, franzino, de aspecto muito humilde, ligeiramente curvado, com barba curta e branca, os cabelos já grisalhos, passeava um velho cão (Cocker), quando lhe pergunto:...
Desculpe lá amigo, mas aquele Palácio, que vemos ali no fundo da rua, já situado na calçada do Duque, pertence à família do Cadaval? Não sei… retorquiu! O que sei é que desde que me conheço são os escritórios da CP e também aloja a Stª Casa da Misericórdia (soube mais tarde que o edifício em 1865 situava a Escola Académica).
Então vive aqui há muito tempo, disse-lhe. Sim, respondeu… nasci aqui, exactamente nesta rua, aqui mesmo ao lado, se bem que agora não, estou por aqui há dois meses a tomar conta da minha mãe, está doente, só o cão a acompanha, temporariamente estou a tratar dela.
Concluindo…Vivi aqui até ir para a tropa!
Então conheceu o Justo? O Justo? …Disse, o Jordão quer o amigo dizer, sim conheci o Zé Manel, nós, os putos da minha idade, tratávamos o Justo por Jordão. O Sr. É amigo dele?
Daqui para a frente foi fácil, disse-lhe que estava a escrever um texto, que tinha estado com ele na Guiné, que todos tínhamos as nossas “cruzes”. Diz ele…Olhe, brincámos muito…foi por aqui, na calçada, no Largo do Carmo e na 73ª (escola primária) também!
Satisfeito e entusiasmado continuou…
…Ele é um nada mais velho que eu…
…Não me recorda se andamos na mesma aula…
…Também estive na Guiné 69/70, no corredor de Guilége.
…Pois o Pinga e o Janeca, já faleceram.
A noite aproximava-se, despeço-me com amizade desde camarada.
Já um pouco afastado, aquele homem franzino de barba branco, disse:
…Mande-lhe um abraço, e
Já no seu prédio, ao recolher, pára para um acenar de despedida, com tempo…para dizer…
Sou o Alberto Carrola
Pica Sinos
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Raul, Amigão
Cada vez me surpreendes mais...estou francamente abismado !!
Conhecia-te da Guiné dotes oratórios...como Sindicalista deves ter dissertado sei lá eu quantas vezes...mas escreveres como o fazes, para mim continua a ser uma permanente e agradável surpresa, renovada de texto para texto.
Mais uma vez te agradeço do fundo do coração, tudo o que deste à estampa nestes dois "remenbers".Com este segundo mail, fiquei esclarecido sobre o como tinhas conseguido nomes de que eu sabia nunca ter falado.
Fiquei a dar voltas à cabeça, embora sabendo que és um "furão" tinha pensado se não terias andado por aqueles sítios...
As Ruas do Duque; Condessa e Oliveira ao Carmo...o Pinga e o Sapo, enfim velhos tempos.
O Carrola era um dos meus melhores amigos na altura, e mesmo já mais espigadotes. Era dos individuos para educados e inteligentes, mas teve vários azares na vida, e penso pouco ou nada conseguiu recuperar (referes o seu aspecto humilde !!). Soube com triste das mortes do Pinga (outro amigão, esteve emigrado em França muitos anos) e do Janeca, outro amigão. Olha bom amigo, as palavras são pouco para expressar o reconhecimento pelo teu trabalho. Bem Hajas pela tua dedicação, e pelo empenho em contactares tanta gente e tanto trabalho de pesquisa. Quero ver se consigo estar um pouco mais "nos conformes" para nos abraçarmos e recordar tempos idos e falar dos presentes. Ontem para ajudar a festa apareceu-me um abcesso, e tenho a cara parece uma bolacha !!...é o PDI !!
A minha admiração e um grande abraço.
Zé Justo
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sábado, 25 de outubro de 2008

Falando do Zé Justo... pelo Pica Sinos

ELE NASCEU E CRESCEU NUMA DAS SETE COLINAS DA MINHA CIDADE
Se eu fosse pintor, Sim era aqui, num dos lanços da Calçada do Duque que colocava o cavalete, o banco, e retratava o que a vista “abraçasse”. Se eu fosse pintor, Sim era aqui, pelo o acordar da cidade, que pintava o chapar do sol a “cair” pelos telhados das casas que se avistam, do Rossio até à Encosta do Castelo. Se eu fosse pintor, Pintava aquela soberba escadaria que viu o meu amigo brincar. No meu imaginário, ainda pintava, uma varina de canastra à cabeça, perseguida por um desassossegado gato na esperança, depois da escama, de lhe ser “oferecida” alguma guelra de peixe. Esta calçada, com o cognome de Escadinhas, ”banhada” pelas ruas da Condessa, da Oliveira ao Carmo e do Duque, esta com um “afluente”, o Beco da Ricarda, rica em história, viu o meu amigo crescer e brincar com muitas outras criança da sua idade. Se eu fosse pintor, Construía um quadro bem colorido, com o teu Largo do Carmo, a fachada da tua Escola primária nº 73, os pardais que viste bicar na água que jorrava do chafariz, no meu imaginário, ainda pintava, um jogo do “bilas” qualquer, com os “putos” que davam pelo nome de Jordão e Carrola, e de alcunha o Pinga e o Sapo, entre outros. Mas tu sabes que não sou pintor! Sinto muita pena de não poder oferecer, ao amigo, um destes quadros, que no meu imaginário, figuras como protagonista quando menino e moço. Sim estou a falar de ti, José Manuel Jordão Justo! Estou a “falar” do Homem que nasceu a 28 de Setembro de 1945, e comigo partilhou, vinte anos depois, durante dois anos, em terra hostil, parte das suas alegrias, dos seus medos, choros e esperanças. Sim estou a falar de ti. Estou a falar do Homem que não abraço há muitos anos, e dizer quanto te admiro pelos teus quadros a óleo pela tua arte em exposição permanente. Meu bom amigo…Aquele abraço Raul Pica Sinos .
Tenham um BOM DIA http://www.jacquielawson.com/viewcard.asp?code=1560479383964&source=jl999
As "Bazookas"
Zé Justo
A perda de 36 fotos de estragos feitos no quartel, fruto de vários ataques.
Seria hoje um importante documento fotográfico, se não fosse a minha tentativa frustada de tentar a revelação das fotos em Bissau.
Retive o rolo na máquina durante seis meses, juntando sempre novas fotos.
Zé Justo
Dos poucos lenitivos que tinhamos, a música era sem dúvida um dos principais. O primeiro "cantante" da minha vida, e alguns dos primeiros discos enviados pela família e amigos, logo que dei a notícia da aquisição. O giradiscos que também tinha rádio, fechava com as duas colunas, ficando uma mala. Foi comprado na cantina do Batalhão. Zé Justo
Matacanha
Bicho-de-pé é um inseto sifonáptero (Tunga penetrans) da fam. dos tungídeos, de presumida origem sul-americana; relativamente comum nas zonas rurais, a fêmea fecundada penetra na pele do homem ou de outros animais, causando forte coceira e ulceração que pode servir como porta para infecções de agentes patogênicos como Clostridium tetani causador do tétano. Sinônimos Batata, bicho, bichô, bicho-de-cachorro, bicho-de-porco, bicho-do-pé, bicho-do-porco, bitacaia, chique, chitacaia, dengoso, espinho-de-bananeira, esporão, jatecuba, matacanha (Guiné, Angola e Moçambique), moranga, nígua, olho-branco, olho-de-pinto, piolho-de-faraó, pitxoca/pitxoka, pulga-da-areia, pulga-de-bicho, pulga-do-porco, pulga-penetrante, sico, taçura, taçuru, tatarné, tuçuru, tunga, tunguaçu, vitacaia, xiquexique, xíquia, zunga, zunge, zunja.
Esse insecto pertence à ordem das pulgas (Siphonaptera) e, como elas, não tem mais que 1 milímetro de comprimento. Ele ganhou seu nome popular por penetrar na pele humana, em especial entre os dedos do pé, onde ela é mais fina e tenra. Quem anda descalço em áreas infestadas - normalmente currais, chiqueiros e praia - é, portanto, sua vítima preferencial. Na verdade, só a fêmea grávida invade o nosso organismo, para se nutrir de nosso sangue enquanto desenvolve os ovos. "Sua permanência dentro da pele causa coceira, infecções e inchaços dolorosos. Se o inseto não for retirado e o local esterilizado, pode ter consequências perigosas, como inflamações mais graves, úlceras, tétano ou gangrenas, que, em alguns casos, levam até à amputação da perna", afirma o Dr. José Henrique Guimarães, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP).

Wikipedia

Zé Justo

Indicação útil para todo o pessoal que esteja com problemas informáticos.
Aqui tudo se resolve !!
Zé Justo

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fernando Santiago Mendes de Assis Pacheco
Nasceu em Coimbra, 1 de Fevereiro de 1937
Faleceu em Lisboa, 30 de Novembro de 1995.
Foi um jornalista, crítico e escritor português. Licenciado em Filologia Germânica pela Universidade de Coimbra, viveu nesta cidade até iniciar o serviço militar, em 1961. Filho de pai médico e de mãe doméstica, era seu avô materno galego (e casado com uma lavradeira da Bairrada) e seu avô paterno roceiro em São Tomé. Enquanto jovem, foi actor de teatro (TEUC e CITAC) e redactor da revista Vértice, o que lhe permitiu privar de perto com o poeta neo-realista Joaquim Namorado e com poetas da sua geração, como Manuel Alegre e José Carlos de Vasconcelos. Cumpriu parte do serviço militar em Portugal entre 1961 e 1963, tendo seguido como expedicionário para Angola, onde esteve até 1965. Inicialmente integrado num batalhão de cavalaria, viria a ser reciclado nos serviços auxiliares e colocado no Quartel-General da Região Militar de Angola.
Zé Justo
Google

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A hora vai mudar...

MUDANÇA DE HORA No dia 26 de Outubro, tem início o período de "Hora de Inverno". Assim, os relógios irão ser atrasados de 60 minutos às 2h00 da madrugada de Domingo em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, passando para a 1h00.
Pica Sinos
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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

12.000 visitas

O BART 1914 AGRADECE A VOSSA VISITA QUE MUITOS MIL SEJAMOS A NÃO ESQUECER Neste dia 20 de Outubro de 2008, analiso o gráfico das visitas ao nosso Blog e constato que se registaram, (desde a construção, Janeiro de 2008, pelo ex-Furriel Leandro Guedes), dos mais variados pontos do Mundo, 12.000 visitantes! Foram em média mais de 1.200 por mês, a mostraram interesse para ficarem mais e melhor informados e esclarecidos do que foram os horrendos anos de guerra colonial. Os meus antigos camaradas d’armas, ao participarem com temas escritos, fotográficos e ainda só que seja em visitas, nesta modesta iniciativa da comunicação, fizeram-no, estou certo, com o intuito de “avisar” os jovens descendes e não só, as muitas situações de mágoas e das adversidades que lhes foram impostas numa terra com um pouco mais de 36 mil Km2. É certo que também sorriamos, que partilhávamos brincadeiras, que fazíamos em ocasiões, com o que podíamos e com os que nos chegava da família, as nossas refeições melhoradas, mas a maior parte das horas, dos dias, dos meses, eram de choro e de dor ao relembrar, naquela terra que nos era a todos estranha, da família, das mães, dos pais, dos irmãos, das esposas, dos filhos e dos amigos de quem abruptamente e estupidamente fomos, nos verdes anos, separados. Sobretudo repetir aos jovens, que a existência do Blog 1914, visou e visa especialmente um “grito” de alerta …NÃO À GUERRA!… Nunca é tarde para lembrar que durante 13 anos de combates, nas chamadas colónias ultramarinas, só para a Guiné-Bissau foram mobilizados 32.000 mil jovens dos quais foram “ceifadas” cerca de 2.070 vidas, e não sei quantos mil estropiados físico e mentalmente. Não nos esqueçamos nunca, dos 8.282 jovens europeus e, de outros tantos milhares de africanos que morreram em todas as frentes das batalhas.
Pica Sinos Os arranjos gráficos da autoria do Zé Justo

domingo, 19 de outubro de 2008

O COSTA E A MARIA DA GRAÇA

Ó gentes...preparai as trombetas e refinai o rufar dos tambores, está prestes a estoirar !!
...pesadelo de guerra... O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons. Martin Luther King Google
Zé Justo

sábado, 18 de outubro de 2008

...que esperança para estes olhares ??!!

ZJ

O quartel de Guilége Todos os que estivemos na Guiné, e passamos o que passamos, sempre recordaremos os que por maior infelicidade ainda, foram mais sacrificados que nós. Recordo os terríficos nomes de Guilége, Madina do Boé, Gadamael, ilha do Como e muitos outros que com pena, já não recordo. Tite não fugia á regra, e sempre que havia ataque ao nosso quartel, em Bissau, vinham para junto do porto ver e ouvir os clarões e estrondos dos rebentamentos das granadas de morteiro e canhão sem recuo. Eu próprio assisti a esse macabro ritual quando estive a estagiar no QG de Bissau, e tenho que admitir que, mau grado as nefastas e dolorosas consequências, era "espectacular", principalmente quando o vento estava a favor. É muito difícil arranjar uma bitola para o sofrimento. Cada um tem os seus próprios sentimentos, sensibilidades e maneira própria de sentir a dor, mas na realidade em toda a Guiné estes nomes e as tropas que neles tinham servido, eram merecedoras do muito respeito de todos. Zé Justo ............................................................................................................................................................... (...) A queda de Guilege a 22/05/1973, na sequência da operação "Amilcar Cabral" é um acontecimento importante, porque Guilege não era um quartel qualquer, era ai que estava instalado o comando operacional da zona, o COP5, era um quartel bem fortificado, e estava preparado para responder ao fogo de artilharia pesada do inimigo. Estes aquartelamentos junto à fronteira, tinham como objectivo ser a primeira linha de contenção das infiltrações do inimigo, e serviam de apoio ao lançamento de operações, muitas vezes realizadas por tropas especiais. O crescente poderio do PAIGC nas zonas de fronteira, acabou por fazer com que algumas guarnições limitassem as suas acções ficando praticamente confinadas aos aquartelamentos, e fossem alvos de frequentes flagelações O facto de ter sido abatido um avião Fiat G-91 em 25/03/1973 com um míssil Strella, criou grandes limitações no que se refere ao apoio aéreo, pois para além de não se poder contar com os Fiats nos momentos críticos, o mais grave era não se poder contar com os hélis para fazerem as evacuações, isto significava ver um camarada ferido morrer, sem se poder fazer nada para o salvar, o que era altamente desmoralizador. (...) Texto de Carlos Fortunato http://destaques.com.sapo.pt/GuineGuilege.html Google JJ edição fotos
Desenhos feitos no Centro Cripto nas longas noites de servo. Tite 1967
Breves biografias dos principais responsáveis e intervenientes da Guerra Colonial de 1961 a 1974.
Zé Justo
Batalha Naval virtual
...e um pouco de divertimento ??!!
experimentem que é muito giro !!
Sapo

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Movimento Nacional Feminino - MNF Sempre deu polémica a utilidade e os fins deste movimento de mulheres, cuja mentora e fundadora Cecília Supico Pinto representava o que se pretendia ser um apoio material e moral ás tropas combatentes na Guerra do Ultramar. Milhares de nós combatentes, muito pouco ou nada relevante nos adveio desse movimento, e no meu caso, bem pelo contrário, pois tenho más lembranças. Certa vez um grupo de senhoras do movimento foi ao quartel de Tite, com o fim habitual de moralização das tropas e distribuição de uns presentinhos. Constavam esses presentes de um album para fotos, mas minúsculo, seria pouco maior que uma foto normal e um isqueiro do tipo “petromax” que se vê à direita da foto. A maior parte do pessoal, estava-se nas tintas para aqueles presentinhos, e ainda por cima tínhamos que fazer formatura e ouvir discursos, para os quais pouca pachorra havia. Feita a formatura para as prendinhas, verifica-se que poucos militares a compunham !! e claro, a coisa estava a dar raia...tanto empenho em apoiar os militares e os ingratos nem se dignavam comparecer !!?? Resultado, o comandante deu ordem para formatura geral, e lá tivemos que aguentar um tempão até receber as “tão desejadas ofertas”. O meu mini album, até teve serventia...tínhamos comprado a bordo do Uige a um tripulante-fotógrafo-negociante, uma colecção de fotos “atrevidas” e lá as arquivei no albunzinho que corria de mão em mão pelo quartel de Tite.
Seguem-se textos que consegui do Google, e que mostram opiniões contrárias sobre este movimento. Cada um que tire as suas ilações......................................................................................................
Como nunca fomos visitados, nem tivemos algum contacto, com o Movimento, todas as noticias sobre o mesmo nos passavam ao lado, mas sabíamos que existiam. Presentemente e depois de ler relatos sobre o Movimento, feito por ex militares,quis saber quem eram estas senhoras e para que servia o Movimento. Procurei saber algo sobre a sua presidente, o seu nome foi muito divulgado na época, e encontrei um depoimento da mesma, e o porquê da sua fundação. http://historiaeciencia.weblog.com.pt/arquivo/040789.html A senhora conta que fez uma birra, quando do desvio do N/M Santa Maria, e ninguém mais a calou quando do inicio da guerra em Angola, era preciso fazer algo. Em acordo com o velho ditador (Salazar) fundou o Movimento no seu dia de aniversário ( 28 de Abril de 1961 ) assim deu-lhe uma prenda.Escolheu o mais fácil, passear entre províncias, e sempre iria arranjando bronze,nas praias africanas, que fariam inveja ás outras tias que arregimentara. Poderia fazer um curso de enfermagem e ser enfermeira para quedista,mas essa situação talvez não lhe desse o poder que detinha.
Começou os passeios como uma General visitando as suas tropas, na sua bagagem trazia velhas revistas, ultrapassadissimas no tempo. Trazia também Discos de artistas portugueses que oferecia aos militares que nem gira discos tinham, oferecia isqueiros, sem a respectiva licença obrigatória na época, oferecia um maço de tabaco até a quem não fumava. Nestas visitas que envolvia algumas chefias militares,envolvia também meios aéreos e envolvia que muitos militares fossem para o mato fazer a protecção reforçada do seu aquartelamento enquanto a senhora entregava as suas ofertas. Ganhou notoriedade,e era apresentada pelo governo como o protótipo da mulher e mãe portuguesa.Tanto a General e o governo estavam enganados,as mães portuguesas sabiam que tinham que dar os seus filhos para combater numa guerra,cheia de interesses, onde a riqueza extraída das províncias era apropriada pelos grandes capitalistas. As mães portuguesas demarcaram-se do Movimento,apenas pretendiam o regresso rápido dos seus filhos, pobres mães que tanto sofreram,algumas receberam de volta os seus filhos numa caixa de madeira,outras nem esse privilégio tiveram. gentileza in Blog António Moleiro

Zemba, Angola, 1974 Visita da Presidente do Movimento Macional Feminino Drª. Cecília Supico Pinto O Movimento Nacional Feminino (MNF) foi criado no dia 28 de Abril de 1961pela Drª Cecília Supico Pinto, mais conhecida nos meios militares por "Cilinha".

Tratava-se de um movimento patriótico de mulheres, que se dedicaram ao apoio moral e, tanto quanto possível, material dos militares que prestavam serviço no Ultramar. Para além de outras iniciativas, foi este Movimento que criou os célebres e populares aerogramas. Baratos e por vezes grátis, sem precisarem de selo nem de sobrescrito, tiveram uma larga aderência de militares e famílias como forma prática e rápida de trocarem correspondência postal. Nesta foto pode ver-se o autor deste Blogue a falar com a Cilinha e que aproveitou o ensejo para fazer uma reclamação. É que a bola que ela lhe oferecera em Moçambique em 1966 tinha rebentado ao encher... Verdade! gentileza in Blog Fernando Vouga

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